terça-feira, 30 de janeiro de 2007

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

4


Hoje, graças a uma alma generosa (obrigado senhor C!) descobri o album "4" do grupo brasileiro "Los Hermanos".
São pérolas como esta que me garantem que não há formulas musicais gastas nem restritas a culturas. É rock independente e é ao mesmo tempo intrinsecamente brasileiro.
O disco é de 2005 mas é o meu primeiro amor musical de 2007.

http://www2.uol.com.br/loshermanos/

dias de pintura


Tem 90 centimetros de diâmetro e juntamente com outros dois da mesma dimensão tem-me ocupado nos últimos dias.

domingo, 21 de janeiro de 2007

25 anos de "Little, big"

O genial Sr. John Crowley (vénia rastejante) juntou-se a um editor inteligente e a um ilustrador talentoso para fazer uma edição comemorativa dos 25 anos da sua obra prima, o romance "Little, big"

"Little, big" provavelmente nunca será traduzido para português mas, mesmo que seja, a sua leitura será sempre melhor no original inglês porque a riqueza da imaginação do Sr. Crowley (vénia) só é ultrapassada pela riqueza da sua linguagem. Recomendo sem reservas.

No site http://www.littlebig25.com/ conta-nos todos os promenores do projecto editorial e pode-se fazer uma pre-encomenda.


PS: O senhor Crowley (vénia) também tem um blog, mas eu acho que blogs de escritores são uma seca.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Maquinas da minha vida

(por ordem de apego sentimental)

iPod
Computador
Disco rígido
Máquina de fazer pão
Televisão
Moinho de café
Frigorífico
Impressora
Playstation
Escova de dentes electrica
Forno Eléctrico
Telemóvel
Leitor de CDs
Máquina de barbear
Desumificador
Aquecedor
Chaleira electrica
Máquina de lavar roupa
Termo acumulador
Varinha mágica
Torradeira
Prensa de waffles
Micro-ondas

Ainda uma palavra de agradecimento a todos os candeeiros e demais dispositivos electricos.
E a todos os electrões que com os seus pulos contribuem para fazer a minha vida melhor: Deus vos abençoe!

É uma coisa estranha. Utilizo estas máquinas todas na minha vida diária mas na realidade não sei o que as faz funcionar. Sou incapaz de consertar qualquer uma delas em caso de avaria. Também nunca consegui (ou tentei) perceber o que é a electricidade.

Analisando a lista, tem-se uma visão bastante clara do top 3 da minha vida:
ouvir música
trabalho
comida

Em quarto lugar viria "dormir" mas, felizmente, isso ainda faço sem ajuda de uma máquina.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

livros de areia

Ontem entrei numa livraria e em vez de me limitar a olhar para as capas dei por mim a abrir os cordões à bolsa para comprar o exemplar nr.89 da edição numerada de "A transformação de Martin Lake..." de Jeff Vandermeer.
Foi a ocasião de descobrir a editora Livros de Areia que, para além uma muito interessante lista de livros publicados e excelente qualidade gráfica, arrebatou imediatamente o título de "melhor site de uma editora portuguesa". É certo que não tem grande competição, os sites de editores portugueses são quase todos maus e deprimentes, mas precisamente por isso é que vale a pena dar o destaque.
Vejam
http://www.livrosdeareia.com/

sábado, 13 de janeiro de 2007

Pullman ao cinema


É inevitável ficar ao mesmo tempo excitado e de pé atrás quando um dos nossos livros favoritos é adaptado ao cinema. Agora é, sem grande surpresa, a vez da trilogia "His dark materials" de Philip Pullman passar às telas, começando no Natal de 2007 com "The Golden Compass".

Este livro em português foi traduzido com o título "Os reinos do norte" e apesar de mais algumas atrocidades da pouco cuidada edição é uma leitura que eu recomendo sem reservas, juntamente com "Paraíso Perdido" de John Milton que é o nervo filosófico em que esta trilogia se baseia. Sim, um livro para crianças com um nervo filosófico em que se fala da morte de Deus e do destino das almas humanas. É outra coisa quando a fantasia e a inteligência dão as mãos.

Quanto ao filme, quero acreditar que Nicole Kidman e Daniel Craig (o novo 007) ajudarão a dar a substância necessária ao material. Mas infelizmente, nestas coisas, nunca se sabe. Mais "Senhor dos anéis" e menos "Harry Potter", sff!

http://www.goldencompassmovie.com/

domingo, 7 de janeiro de 2007

Parabens


Ao senhor Bowie, que passa a ser o meu sexagenário favorito.

sábado, 6 de janeiro de 2007

Regra do bom vendedor

Ontem fui apanhado no meio de uma reunião para onde não era chamado. Um vendedor tentava vender um serviço a um colega meu. Como não tinha o mínimo interesse no produto nem na conversa fiquei atento às expressões corporais do vendedor (que era giraço). Foi o suficiente para perceber que ele não acreditava em nada do que estava a dizer.Era um mau vendedor. Apesar do seu discurso entusiasmado, o corpo traía-o. As mãos pegavam nas brochuras mas desistiam, o pé batia com impaciencia e, em geral, via-se que não queria estar ali.
Eu acho piada a vendedores, mas divirto-me mais quando são daqueles que acreditam piamente no que estão a vender, que se acham capazes de nos mudar a vida. É um entusiasmo artificial mas torna-se quase legítimo.

Em tempos morei com um amigo que, entre empregos dignos desse nome, teve de andar a vender enciclopédias. Todos os dias chegava de rastos a casa por se sentir mal a tentar impingir livros inúteis a gente que mal sabia ler e que mal tinha dinheiro para comer. Nas primeiras semanas ele ainda conseguia ter um mínimo de entusiasmo, e achava as enciclopédias lindas, com as suas capas de couro com letras douradas e ilustrações multicoloridas. Depois, cometeu o erro de as ler. Não tardou a despedir-se.

Sempre tive a impressão de que uma boa venda é feita com base numa verdadeira fé. É por isso que a maioria dos padres não me convence. Por outro lado, não há nada mais impressionante do que encontrar um que acredita piamente na infinita bondade de Deus. É contagiante. Infelizmente, a fé postiça só dura enquanto estamos ao pé deles. É por isso que um bom vendedor nunca deve dar a impressão de que se quer ir embora.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Sonho

Às vezes tenho sonhos esquisitos, mas o desta noite bateu um recorde qualquer.
Aqui vai, em poucas palavras:

Estava em casa de um tio meu, que morava numa ilha, numa grande mansão com um enorme terreno de cultivo à volta. O meu tio explicava-me que tinha descoberto uma nova religião e que as pessoas da ilha estavam a aderir ao culto que ele tinha inventado para prestar homenagem às entidades sagradas que tinham começado a aparecer num dos seus campos de batatas.
Consistia o culto em fazer-se enterrar-se vivo com dinheiro ou jóias durante a noite. A certa altura, as entidades sagradas emergiam do chão e levavam consigo as riquezas, deixando os fiéis purificados.
Eu ri-me disso mas o meu tio obrigou-me a ir para o campo e eu passei muito tempo a tirar terra de uma sepultura já muito usada pelos fiéis para me poder enterrar. Quando finalmente me deitei lá, já era de noite, eu estava cansado e adormeci. Depois de muito tempo no escuro, é-me apontada uma forte luz branca à cara e começo a sentir um zumbido nos ouvidos que cresce até se tornar absolutamente insuportável ao ponto de parecer que me vou derreter como se fosse feito de cera. A única fuga possível é pensar que isto é apenas um sonho e tentar acordar. Tento acordar mas não consigo. Tento gritar mas tenho a boca cheia de terra.
No momento em que julgo que me vou mesmo derreter porque não é possível aguentar mais, a luz e o som param e à minha frente vejo vários homens com lanternas e instrumentos estranhos. Explicam-me que são eles o responsáveis por aquele culto e religião, que é tudo uma fraude para tirar dinheiro a velhinhas. Estão admirados porque sou a primeira pessoa a ir para ali sem nada para lhes dar. Por isso resolvem que eu posso continuar vivo. Desaparecem por um túnel escavado por baixo do campo de batatas e eu resolvo segui-los para tentar recuperar o ouro que roubaram à velhinhas. O túnel leva-me a longos corredores de azulejo em xadrês, grandes salões com candelabros de cristal onde não se vê ninguém. Cada vez que ouço um ruído, escondo-me. A certa altura começo a flutuar incontrolavelmente e só consigo seguir em frente agarrando-me ao tecto e ganhando balanço para deslizar em frente.
Chego finalmente a uma gruta onde os deuses/ladrões estão todos reunidos a dançar em volta do ouro que roubaram. Não me vêm porque eu estou no tecto. Eu olho para o ouro e tenho a impressão de que afinal são só batatas. Nesse momento os ladrões percebem o mesmo e vão-se embora muito desiludidos porque não gostam de batatas. Eu volto a ser vítima da gravidade e caio no meio das batatas que gostam daquele sítio e por isso já estão a grelar. Depois acordo.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

O inverno

Este Sol de Inverno em Lisboa é simpático mas hoje tenho passado o dia com saudades do gelo. Não tanto da neve, que também a tenho, mas hoje lembrei-me do lagos gelados, do fjord gelado, do rio gelado, em Oslo.
Dos patos no Akerselva (o rio que atravessa Oslo) muito quietos no gelo enquanto outros nadam freneticamente mesmo ao lado, na água que ainda não gelou.
Do gelo fenomenal tipo queijo suiço na cascata do Akerselva formado por salpicos de água gelados em pleno ar.

Fui procurar uma imagem do Akerselva gelado mas acabei por encontrar esta, tirada nos anos 30, do exacto sitio onde eu começava a minha caminhada diária para o emprego. Para matar saudades também serve. Este sitio era mesmo atrás da minha casa e ainda tem o mesmo aspecto, com a diferença de que, naquele banquinho agora sentam-se uns drogaditos a xutar para a veia.

Cinco manias

Como se já não bastassem os emails em cadeia agora fazem-me "postar" em cadeia... seja! Mas mantenho a minha regra de não passar estas coisas a ninguém.

Então aqui ficam cinco exemplos do meu comportamento maníaco-obssessivo, provavelmente coisas que toda a gente passaria melhor sem saber:

1- Espremer borbulhas (esta nem me dou ao trabalho de explicar)

2- Manter as prateleiras sempre organizadas (Arrumo os CD´s e os livros nas prateleira por temas, depois por ordem alfabética de autores e, dentro de cada letra, por espectro cromático.)

3- Comprar apenas roupa iconoclasta (ou seja, evitar tudo o que tenha desenhos, letras ou padrões)

4- Dar classificação por estrelinhas a todas as canções do meu iPod (é mais difícil do que parece)

5- Ler revistas na casa de banho (normalmente a agenda cultural ou a programação da cinemateca, para saber tudo o que não vou fazer)